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domingo, 30 de setembro de 2012

Tempo presente nos currículos (2007/2012)

Meu nome era David, mas soava muito antiquado. Então eu reduzi para DVD.
(1999 Randy Glasbergen. www.glasbergen.com)

Que espaço é destinado ao tempo presente nos currículos de história nos anos finais do ensino fundamental no Brasil? Qual sua distribuição ao longo dos anos escolares? Qual a natureza da história do presente?
A análise das propostas permite-nos concluir que, majoritariamente, os currículos escolares para os anos finais do ensino fundamental, produzidos entre 2007 e 2012, são estruturados de acordo com os quatro períodos clássicos. Ainda que busquem incorporar a perspectiva da multiplicidade temporal e espacial, cada ano de ensino corresponde a acontecimentos/temáticas de pelo menos duas das divisões: Pré-história e Antiga para o sexto ano, Idade Média e Moderna para o sétimo, Moderna e Contemporânea para o oitavo. A exceção está presente no nono ano que, normalmente, concentra os eventos relacionados à transição do século XIX para o XX, até princípios do século XXI.
É justamente nesse último período onde a história do presente está “diluída”. Observamos que, apesar da preocupação em incorporar as experiências do presente, demonstrada, por exemplo, em alguns dos objetivos do ensino de história – como o de possibilitar aos escolares compreenderem a realidade do mundo em que vivem – e da utilização, em alguns casos, da expressão “tempo presente dos alunos”, os currículos não definem a história do presente nem a diferenciam do contemporâneo.
Embora alguns currículos empreguem os vocábulos “contemporâneo” e/ou “atual” para nomear uma temporalidade (MS, MG, RJ e PB) – ou, pelo menos, a ideia de um tempo próximo –, uma diferenciação temporal em relação ao último período da história também não é discutida nesses documentos. Os conteúdos que constituem o “Mundo contemporâneo” e o “Brasil atual” foram selecionados sem qualquer informação que justificasse tal recorte, dando-nos a impressão de constituírem sub-períodos do Contemporâneo.
Apesar de o tempo presente ocupar grande espaço nas propostas curriculares, considerando tanto as balizas temporais do pós-guerra e da queda do muro de Berlim, constatamos que as discussões da historiografia sobre esse campo de investigação não são levadas para os currículos. O que prevalece é o entendimento do diálogo entre as épocas, ou seja, a exigência historiográfica e pedagógica de partir do presente do aluno para a compreensão do passado e historicização de sua realidade. Paradoxalmente, a “época contemporânea”, que para nós já não é mais tão contemporânea, prolonga-se até os “nossos dias”.


Para citar este texto
FREITAS, Itamar, SEMEÃO, Jane. Tempo presente nos currículos escolares de história do Brasil para os anos finais do ensino fundamental (2007/2012). Boletim Tempo Presente (UFRJ), Rio de Janeiro, v. 6, set. 2012. Disponível em: <http://www.tempopresente.org/index.php?option=com_content&view=article&id=5803:tempo-presente-nos-curriculos-escolares-de-historia-no-brasil-para-os-anos-finais-do-ensino-fundamental-2007-2012&catid=87:edicao-do-mes-de-setembro&Itemid=221>.

sábado, 17 de março de 2012

Aracaju: uma história em quadrinhos (n. 2)

Colegas,
A Tecned lançou hoje mais um número de Aracaju: uma história em quadrinhos. Voces podem ler a revista on line ou baixar o arquivo em PDF, gratuitamente, acessando o site: http://www.tecned.com.br/aracajuhq/downloads.html. O site da Tecned também disponibiliza o primeiro número, lançado em março do ano passado.
Ajudem a divulgar esse instrumento didático, principalmente entre os professores e alunos do ensino fundamental. Aqui, também anexamos um artigo sobre os usos da HQ no ensino de história.


A história em quadrinhos é um gênero narrativo consumido pela maioria dos alunos das séries iniciais. Transformado em meio de comunicação de massa, é linguagem presente nas escolas brasileiras e pode ser largamente utilizada no ensino de História. 
Ela é veículo de transmissão de conteúdos conceituais substantivos e estratégia de desenvolvimento de competências metahistóricas, a exemplo de tempo, narrativa, e interpretação.
Como o código visual tem grande apelo entre as crianças, a HQ também pode sacralizar determinadas versões sobre História do Brasil e levar o aluno ao anacronismo. Esses desvios, entretanto, podem ser corrigidos pelo trabalho atento do professor [Consulte trabalho completo].