Lagoa de Iporá - GO |
Márcia Motta |
O
evento não abordou apenas as questões relativas à didática da história.
Contudo, o perfil dos palestrantes incentivou as discussões em torno da função
social do historiador e dos respectivos usos públicos da história.
Sérgio da Mata |
Em meio às questões suscitadas
por suas teses, o professor posicionou-se contrário à atitude da academia do nosso tempo em relação aos potenciais usos públicos da história,
citando, inclusive, a recusa de historiadores brasileiros em participar da
“Comissão da Verdade”, como exemplo desse desprezo em relação ao potencial
orientador da história.
Pátio interno da Faculdade de Letras da UEG-Iporá-GO, que abrigou os simpósios temáticos. |
O prof. Itamar, explorou as noções de aprendizagem histórica
disseminadas nos parâmetros nacionais estadunidenses, produzidos entre 1994 e
2010, para os programas de história e os currículos de estudos sociais. Ele
afirmou que a aprendizagem histórica foi explicada como a
combinação entre conteúdos substantivos e metahistóricos, com forte ênfase do
desenvolvimento das capacidades historiadoras disseminadas pelos historicismos alemão e francês sobre o clássico conhecimento e compreensão da história nacional e mundial.
A consolidação das ações do ofício como elementos de aprendizado histórico nos standards de historia, contudo, não pode ser creditada, apenas, aos historiadores universitários – que pouco sabiam sobre os mecanismos mentais das crianças, jovens e adolescentes nos EUA dos anos 1990. A necessidade de incorporar habilidades historiadoras foi ao encontro do chamado ensino ativo, professado nas primeiras décadas do século XX por vários matizes da filosofia educacional e frequente nas mentes de experimentados professores de estudos sociais no período 1980-1990.
A consolidação das ações do ofício como elementos de aprendizado histórico nos standards de historia, contudo, não pode ser creditada, apenas, aos historiadores universitários – que pouco sabiam sobre os mecanismos mentais das crianças, jovens e adolescentes nos EUA dos anos 1990. A necessidade de incorporar habilidades historiadoras foi ao encontro do chamado ensino ativo, professado nas primeiras décadas do século XX por vários matizes da filosofia educacional e frequente nas mentes de experimentados professores de estudos sociais no período 1980-1990.
Antônio e Natália Barros, graduandos da UFG, e o prof. Rafael Saddi (UFG). |
O
professor Saddi apresentou a tese de que a mudança paradigmática da didática da
história alemã foi uma tentativa de solucionar a crise de legitimação da
ciência histórica e do ensino de história vivida na Alemanha Ocidental dos anos
60. Essa crise implicava na incapacidade de a ciência histórica suprir as
novas carências de orientação da sociedade alemã, surgidas no mundo pós-guerra.
Saddi estabeleceu uma topografia das correntes da nova didática da história
alemã, apresentando dois extremos, esquerda (Annette Kuhn) e direita (Joachim
Rolfes) e um grupo de autores que se localizava entre estas duas posições,
alguns mais próximos da esquerda (Bergmann e Pandel), outros mais próximos da
direita (Jeismann). Este grupo do centro não era homogêneo, mas estava unido em
torno da noção de consciência histórica, tendo se destacado, já em meados da
década de 70, como a principal referência da nova didática da história alemã.
Prof. Marcelo Fronza (UFMT) e a graduanda Maísa Barbosa (UEG) |
Dando
sequência à exposição sobre os novos rumos da didática da história na Alemanha,
o prof. Fronza explorou a constituição da teoria da consciência histórica, predominante na didática da história alemã, depois da reunificação desse país. A ideia de consciência histórica ganhou relevância porque porque apresentava-se como categoria relativamente
indeterminada em relação ao conceito de identidade nacional, que poderia
restaurar vários traumas na sociedade. Com vistas ao projeto de instauração desse princípio na Alemanha e sua possibilidade de expansão
para o resto da Europa, o didata da história Bodo von Borries desenvolveu uma
série de investigações que buscavam diagnosticar como os jovens lidavam com as
operações da consciência histórica, quando confrontados com conceitos ligados
aos conteúdos históricos e com ideias relativas à epistemologia da história.
Borries descobriu que a dimensão estética e sensível do conhecimento histórico ganha relevo nos jovens, sobretudo, quando há déficits cognitivos em relação a uma experiência do passado. Borries também afirmou que os quatro tipos de consciência histórica podem ser disposições ou posicionamentos mobilizados quando um jovem narra experiências do passado.
Borries descobriu que a dimensão estética e sensível do conhecimento histórico ganha relevo nos jovens, sobretudo, quando há déficits cognitivos em relação a uma experiência do passado. Borries também afirmou que os quatro tipos de consciência histórica podem ser disposições ou posicionamentos mobilizados quando um jovem narra experiências do passado.
Prof. Euzébio de Carvalho (UEG) |
Como apresentadores, além do professor Euzebio de Carvalho (UEG), estiveram presentes: Ronaldo Alves Ribeiro dos Santos (UFMT), Aparecida Maria Ferreira Cândido (UEG), Maísa Cristina Barbosa (UEG), Adilson Correia de Lima Júnior (UEG), Natália Rastello Franco de Castro Barros (UFG) e Luciana Leite da Silva (UFG).
Afonso Santos Silva, graduando da UEG, e Luciana Leite da Silva, mestranda da UFG. |
Para citar este texto:
FREITAS, Itamar; FRONZA, Marcelo; SADDI, Rafael. Didática da história é destaque em Iporá-GO. Disponível em:<http://itamarfo.blogspot.com.br/>. Postado em 01 set. 2013.
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